12 3933.7409

A frequência da queda da internet

Dia 04 de Outubro de 2021 foi um dia para pensar no impacto do Facebook, Instagram e WhatsApp em nossas vidas: uma falha derrubou todos os aplicativos da empresa, que somam mais de 3 bilhões de usuários. Mas a empresa de Mark Zuckerberg é tão grande que a queda não afetou só um ou outro serviço que você ama odiar: A estrutura da internet e do mundo todo também foi abalada.

Por volta das 12h50, o DownDetector identificou um pico de relatos de instabilidades em outros serviços, como o Telegram, Gmail e as quatro maiores operadoras do Brasil: Claro, Oi, Tim e Vivo. O comportamento foi semelhante em outros países: AT&T, T-Mobile e Verizon, por exemplo, seguiram a mesma curva nos Estados Unidos. Mas o que essas empresas têm a ver com o Facebook?

Algumas dependências são mais visíveis, como o botão de login via Facebook, que utiliza a tecnologia de autenticação da rede social: tem gente que não tinha nada a ver com o problema e ficou trancado pra fora de um serviço de música ou aplicativo de delivery. Em uma das vezes que esse serviço essencial do Facebook falhou, até o Tinder parou de funcionar direito.

Outros serviços são afetados indiretamente: sempre que o WhatsApp cai, uma horda de usuários novos vai conhecer o Telegram, o que deixou o aplicativo de mensagens instável devido ao aumento repentino no tráfego. O mesmo aconteceu com o Twitter, cujo valor de mercado, US$ 46 bilhões, é menor que o montante da queda das ações do Facebook na bolsa de valores só no dia 04.

Mas como explicar os relatos de quedas das operadoras? Uma parte, claro, se deve à atribuição errada de culpa: o WhatsApp é tão onipresente pra tanta gente que, quando o aplicativo cai, parece que a internet simplesmente parou de funcionar. Mas o CTO do CloudFlare, John Graham-Cumming, mostra como toda a internet é afetada pela imensidão do Facebook.

“Agora, eis a parte divertida. O CloudFlare tem um resolvedor DNS gratuito, 1.1.1.1, e muitas pessoas o usam. Então, Facebook etc. caem… adivinha o que acontece? As pessoas continuam tentando. Softwares continuam tentando. Somos atingidos por uma grande inundação de tráfego DNS solicitando o facebook.com. E assim, o Facebook etc. estão fora do ar, e as equipes do CloudFlare têm que se virar para garantir que as coisas continuem funcionando bem durante a queda.”

 

O problema de sobrecarga de DNS

Em outras palavras, a queda de um serviço do tamanho do Facebook gera um efeito cascata em toda a internet. E, se o CloudFlare, uma empresa especializada em confiabilidade de rede, precisa suar para manter tudo funcionando durante a queda do Facebook, imagine o que acontece com o DNS da sua operadora, que muitas vezes cai sem motivo aparente. Se o servidor de DNS que você usa para de responder, quase tudo o que você depende de internet também para de funcionar direito.

Sendo uma empresa de 3 bilhões de usuários, o impacto de uma queda do Facebook e do Instagram é imediato em toda a internet. Mas o WhatsApp é o que amplifica os danos para o mundo físico, afinal, muitos estabelecimentos comerciais vendem pelo aplicativo de mensagens. Serviços bancários também estão fortemente integrados ao aplicativo do Facebook.

Ao considerar o tempo que o Facebook ficou fora do ar na última semana, estima-se pela revista Fortune e a agência de checagem Snopes, que a empresa perdeu cerca de US$ 80 milhões apenas em receitas de publicidade. Para realização do cálculo foram considerados os números divulgados pela empresa no relatório de lucros do primeiro trimestre.

 

Matéria: Tecnoblog

Web & Apps Sistemas Design Projetos